quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Frente Anarquista de Israel no combate ao Genocídio do Povo Palestino: AATW - Anarchists Against the Wall


Anarchists Against the Wall
Anarchists Against the Wall

Quem somos:

Anarchists Against the Wall, abreviado como AATW ou AAWALLS, em português Anarquistas Contra o Muro, também chamado de "Anarquistas Contra a Cerca" ou "Judeus Contra a Barreira". É uma organização israelense composta por anarquistas e anti-autoritários que se opõem à construção da barreira israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, chamado por seus detratores de Muro da Vergonha e apoia a resistência popular Palestina. O grupo define-se através da resistência, desobediência civil e ação direta.

A AAW considera a Segunda Intifada¹ como uma luta pelos direitos humanos, descrevendo a barreira como "uma das maiores ameaças que a população palestina tem experimentado ao longo do último século… que  tornar a vida tão ruim para o povo palestino que terão apenas uma opção: sair."

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Fotos: Manifestações em Bilin e Kalandia.

Por que nós resistimos:
É dever dos cidadãos israelenses resistir às políticas e ações imorais realizadas em nosso nome. Acreditamos que é possível fazer mais do que se demonstra dentro de Israel ou participar em ações de ajuda humanitária. Apartheid da ocupação israelense não vai terminar por si só, ele vai acabar quando ele se torna ingovernável e incontrolável. É hora de se opor fisicamente aos tratores, ao exército e a ocupação.


Uma Breve História:

Smash.Apartheid2.jpg (360×509)Em abril de 2003, três anos depois da Segunda Intifada, um pequeno grupo de ativistas israelenses em sua maioria anarquistas, já estava fazendo vários trabalhos políticos nos territórios ocupados e resolveram formar  a organização Anarquistas Contra o Muro. O grupo foi criado em torno da formação de uma tenda de protestos na aldeia de Mas'ha, onde a parede se aproximava e deixaria 96% das terras da aldeia no lado grilado pelo Estado de Israel.

O acampamento, formado por ativistas palestinos, israelenses e internacionais era composto por duas tendas nas terras da aldeia. A presença constante de palestinos, israelenses e internacionais permaneceu por quatro meses. Durante o qual, o campo tornou-se um centro de disseminação de informação e uma base para a democracia direta na tomada de decisões. Uma série de ações diretas na linha de frente foram planejadas e preparadas no acampamento - como no dia 28 julho de 2003 a ação direta na aldeia de Anin. Nesta ação militantes israelenses, palestinos e ativistas internacionais conseguiram forçar a abertura de um portão no muro, apesar de serem atacados pelo exército (Veja artigo Haaretz).

No final de agosto de 2003, com o muro ao redor Mas'ha quase concluído, o campo mudou-se para o quintal de uma casa em que estava previsto para demolição. Após dois dias de bloqueio das escavadeiras e prisões em massa, o pátio foi demolido e o acampamento terminou, mas o espírito de resistência que simbolizava nunca foi destruído.

Em 2004, a aldeia de Budrus começou suas lutas contra a parede e AATW uniram suas manifestações diárias. Através de sua persistência na mobilização comunitária, luta e resistência popular, a aldeia de Budrus foi capaz de alcançar vitórias significativas.

Sem apelar aos tribunais israelenses, utilizando somente a resistência popular, a aldeia conseguiu retirar o caminho de destruição do muro da vergonha quase completamente fora da sua terra.

O sucesso em Budrus inspirou muitas outras aldeias para construir uma resistência popular, o que talvez seja um sucesso ainda maior. Durante boa parte daquele ano, quase todas as aldeias se levantaram e enfrentaram a muralha fascista e o exército que o defendia. AATW juntou todas as aldeias e os convidou para se unirem a luta.

Mais recentemente as nossas ações foram centradas em torno da aldeia de Bilin, a noroeste de Ramallah, onde a maior parte das terras agrícolas da aldeia está a ser efetivamente confiscada pelo muro e um assentamento em expansão.



Estratégia de Ação: 

A mera presença de israelenses em ações civis palestinas oferece algum grau de proteção contra a violência do exército do Estado de Israel.

O código do exército israelense de conduta é significativamente diferente quando os israelenses estão presentes e a violência, embora ainda grave, é significativamente menor. Mesmo que muitos ativistas israelenses sejam feridos nas manifestações, algumas delas gravemente, são os palestinos que pagam o mais alto preço. Até o momento, 18 manifestantes palestinos foram mortos em manifestações contra o muro e milhares foram feridos.

O exército e o Estado de Israel tenta pôr fim à resistência popular palestina usando todas as formas de repressão, e para evitar que os ativistas israelenses de se juntarem a esta luta. Sob a lei da ocupação é possível indiciar pessoas para simplesmente participar de uma manifestação. No decorrer dos últimos anos, os ativistas AATW foram presos centenas de vezes e dezenas de acusações foram apresentadas contra eles.

A repressão legal por parte das autoridades israelenses é apenas mais uma frente para as autoridades israelenses para tentar reprimir a resistência.

A fim de manter os ativistas fora da prisão e continuar a luta, AATW está agora confrontado com montagem despesas legais para sua defesa no tribunal israelense. O custo para a representação legal ultrapassou US $ 60.000 e está em constante crescimento.

Foto: Manifestação em Nabi Salah, pequena vila palestina da fronteira.


¹ A Segunda Intifada ou Intifada Al-Aqsa (em árabe, إنتفاضة فلسطينية ثاني) designa o conjunto de eventos que marcou a revolta civil dos palestinos contra a política administrativa e a ocupação Israelense na região da Palestina a partir de setembro de 2000. A Primeira Intifada ocorreu em 1987.

Traduções Livres.

Página Oficial: http://www.awalls.org/

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Abaixo assinado pela libertação imediata de Fábio Hideki Harano

Nós, do CAAF - Coletivo Anarquista Ademir Fernando, participamos do Abaixo Assinado pela libertação imediata de Fábio Hideki Harano, compreendendo que o apoio, ainda que de uma assinatura, demonstra a cooperação entre organizações que visam a luta do povo e seu empoderamento, e os processos de outras realidades de movimento sociais, que ainda distantes, se faz essencial a ciência e o compartilhamento para que não possam ser silenciadas e deixadas ao ostracismo diante do monopólio da comunicação daqueles que possuem interesses outros aos da Libertação das amarras do Capitalismo e de sua manutenção das Classes.

Abaixo assinado pela libertação imediata de Fábio Hideki Harano
"Nós, entidades e movimentos sociais abaixo assinados, declaramos nosso repúdio à prisão arbitrária do aluno e funcionário da Universidade de São Paulo Fábio Hideki Harano detido durante manifestação política realizada no dia 23 de junho de 2014 na Av. Paulista, na cidade de São Paulo. Exigimos sua liberdade imediata, pois não há provas que sustentem a necessidade da sua prisão e reiteramos que é direito constitucionalmente garantido a todo cidadão brasileiro o direito de participar pacificamente de manifestações.
Sua prisão é um ataque do Governo do Estado de São Paulo a todos os movimentos sociais. Diante da incapacidade da Secretaria de Segurança Pública em dar uma resposta para as novas formas de protesto, optou-se pelo modelo da “punição exemplar” que recaiu sobre Fábio Hideki, estudante e trabalhador pacífico que nunca escondeu sua identidade nos atos e protestos de que participou. Este procedimento por parte das autoridades marca mais um passo na escalada da criminalização dos movimentos sociais e populares no estado de São Paulo, constituindo uma ameaça aos direitos individuais e coletivos de livre expressão.
Afrontados por essas arbitrariedades e injustiças, por essa demonstração de terror que nos remete aos períodos mais sombrios da história de nosso país, exigimos a imediata libertação de Hideki e conclamamos toda a sociedade a se mobilizar pela justiça, pela liberdade e pela humanidade. Lutar não é crime."
Para assinar este documento, envie um e-mail para: contato@liberdadeparahideki.org com o título “Assinatura Abaixo-Assinado” e o nome do grupo que vai assinar.
Para assinaturas individuais, indicamos a petição feita no Avaaz

Link: http://liberdadeparahideki.org/#section_features